Nossa Portuguesa perdeu mais uma no Campeonato Paulista, desta vez foi para o Botafogo de Ribeirão Preto, em pleno Canindé por 2x1. As duas vitórias seguidas nos dois primeiros jogos do campeonato empolgaram, ou ao menos trouxeram esperanças à nossa torcida de que uma boa campanha viria pela frente, mas como sempre a decepção bateu à nossa porta. Tínhamos dois jogos seguidos em casa, estávamos voltando ao Canindé, para um time que almeja a classificação às semis, seis pontos eram mais que obrigação, acabamos ficando sem somar nenhum.
Não há muito o que se analisar na partida de hoje, mesmo porque fica díficil opinar sobre algo que não aconteceu, não há como falar sobre futebol se o mesmo passou bem longe do Canindé. O que se viu em campo foi uma equipe sem esquema tático algum, um time com pouquíssima movimentação que se amontoava no meio-de-campo sem quaisquer jogadas pelas laterais, jogadas em profundidade, e a vontade dos jogadores também não era das maiores.
No primeiro tempo a Portuguesa se houve menos mal que no segundo, o time ainda criou algumas boas oportunidades e perdeu dois ou três gols certos principalmente com Héverton. O time veio no tradicional 3-5-2, esquema mais que querido pelo técnico Vágner Benazzi. Se a equipe já está habituada em jogar com três zagueiros e uma mudança de esquema influenciará demais no desempenho da equipe, não há mal em se escalar o time dessa maneira, mas há que se notar que é necessária uma movimentação desses zagueiros durante a partida, fazendo um deles se tornar o primeiro homem do meio-de-campo, afinal a equipe joga em casa contra um time modesto.
Não se pode ficar com três zagueiros fixos, plantados, em um campo de dimensções reduzidas como é o da Portuguesa, chamando o adversário ao ataque. Acontece que o que se viu foi um amontoado de jogadores perdidos, zagueiros apenas dando chutão, laterais não apoiando e um ataque sacrificado com Héverton (que não é atacante e sim um meio-campista meia-boca) e o uruguaio, muito bom jogador por sinal, El Grillo.
O segundo tempo veio e com ele vinha a esperança da torcida de que entraria em campo uma equipe mais ofensiva, que nada, pelo contrário, o que vimos foi uma equipe que finalizou pouquíssimas vezes, e estas de bola parada. O primeiro gol sofrido, foi marcado com a maior tranquilidade possível, marcação zero. E quando todos esperavam a substituição de Benazzi, tirando um zagueiro ou um meia para colocar um atacante, ele comete o maior e mais incompreensível erro. Vágner Benazzi tirou o melhor jogador e o único atacante de ofício, El Grillo, para colocar o fora de forma Celsinho que em nada crescentou a não ser cavando algumas faltas.
Depois mais duas inúteis trocas, saíram Gláuber e Athirson para as entradas de Guigov e Ronaldo. O primeiro, como sempre, nada fez, é nítida a falta de qualidade desse jogador. Já a segunda substituição também não serviu de nada a não ser quimar ainda mais o jovem jogador que sempre entra na fogueira sem tempo para resolver. Substituições que já vem virando rotina e que são completamente inúteis. O segundo gol foi marcado em um contra-golpe onde o atacante botafoguense pode escolher onde bater tranquilamente, nosso gol foi marcado de penalti já nos acréscimos.
Benazzi foi vaiado, xingado de burro, e com razão. Tirar o uruguaio Biscayzacú foi sacramentar nossa derrota, fora o time perdido em campo. Nasce a dúvida do torcedor se ele deve permanecer ou não. Em entrevista após o jogo, Benazzi disparou contra a diretoria, dizendo que perdeu jogadores de qualidade como Zé Carlos e Fellype Gabriel e que não recebeu reforços à altura, e com isso vem fazendo o que pode, não sendo compreendido por quem o chamou de burro.
O fato é que, mesmo sem opções, as alterações de Benazzi vêm sendo absurdas, sem sentido algum, muito menos utilidade, e o que vemos em campo não é nem de longe um equipe competitiva que busca clássificação ou apenas uma boa campanha. A revolta do torcedor seria sim minimizada por seu discurso se ele realmente tivesse feito o melhor que podia com o pouco que tinha em mãos, o que não ocorreu. E o que deixou os torcedores ainda mais enfurecidos, foi o gesto de insulto vindo de Benazzi para com a torcida que o vaiava, enfim, a imagem de Benazzi está denegrida e por parte da torcida, seu cargo balança.
FICHA TÉCNICA
Portuguesa 1 x 2 Botafogo
Local: Estádio do Canindé, em São Paulo-SP
Renda e público: não disponíveis.
Árbitro: Leandro Bizzio Marinho
Cartões amarelos: Acleisson (Portuguesa). Augusto Recife, Leandro
Amaro, Cleiton e Rodrigo Pontes (Botafogo).
Cartão vermelho: Leandro Amaro (Botafogo)
Gols: Ademir Sopa, aos 4'/2T e Xuxa aos 41'/2T (Botafogo). Marco Antônio, de pênalti, aos 48'/2T (Portuguesa).
Portuguesa
Andrey; Paulo Sérgio, Domingos, Preto Costa e Athirson (Ronaldo); Acleisson, Henrique, Glauber (Guigov) e Marco Antônio; Héverton e Gustavo Biscayzacu (Celsinho).
Técnico: Vágner Benazzi.
Botafogo
Weverton; Cássio (Jonas), Cleiton, Leandro Amaro e Andrezinho; Rodrigo Pontes, Augusto Recife, Ademir Sopa e João Henrique (Xuxa); Willian e Malaquias (Vinícius).
Técnico: Roberto Fonseca.
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