terça-feira, 19 de abril de 2011

Lusa volta todas as suas atenções para o clássico contra o São Paulo no próximo domingo

Na tarde desta segunda-feira (18), a Federação Paulista de Futebol definiu as datas, os horários e os locais dos jogos válidos pelas quartas-de-final do Campeonato Paulista no próximo final de semana. O clássico entre Portuguesa e São Paulo será o destaque das 'quartas', já que será o jogo da televisão, sendo disputado no domingo de Páscoa às 16 horas, na Arena Barueri. Havia uma certa dúvida em torno do estádio onde o jogo seria realizado. Porém, o São Paulo entrou com um recurso contra uma perda de mando de campo que ainda tinham a cumpir. A FPF julgou o recurso e absolveu o São Paulo.

Como o Morumbi ainda não está preparado para receber partidas de futebol em decorrência dos vários shows que vêm sendo realizados no estádio, o São Paulo continuará mandando seus jogos na Arena Barueri. Para o clássico deste domingo, 2200 ingressos serão destinados à torcida da Portuguesa. Segundo ficou decidido no Conselho Técnico da FPF, o vencedor do confronto levará 60% da renda, enquanto o derrotado ficará com apenas 40%.
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A Lusa volta aos treinos nesta terça-feira, às 8 horas da manhã. Jorginho começará a preparar a equipe para a partida mais importante do ano até então. O treinador definirá a equipe que mandará a campo assim como o substituto para o lateral-esquerdo Marcelo Cordeiro, que recebeu o terceiro cartão amarelo na heróica vitória sobre o São Bernardo no último domingo. Os treinos desta semana serão realizados no estádio do Canindé, já que os campos do Centro de Treinamento do Parque Ecológico são pesados e não deseja-se correr o risco de lesões de última hora. Na quinta-feira, feriado, os portões do Canindé ficarão abertos para que a torcida compareça ao treino para apoiar o elenco.

  • Quartas de final:

Sábado (23/4)
16h00 - Santos x Ponte Preta
18h30 - Corinthians x Oeste

Domingo (24/4),
16h00 - São Paulo x Portuguesa
18h30 - Palmeiras x Mirassol


  • Classificação da Lusa no Globo Esporte:


  • Há 17 anos, Dener nos deixava:
Em homenagem ao "Reizinho do Canindé", mais uma vez reproduzo aqui uma célebre crônica de Armando Nogueira:

Dener: uma alegria que se vai

A morte silencia os pés de Dener.

Pés polêmicos. Angelicais.

Não o conheci pessoalmente. Conheço-o, apenas, de colossais cintilações com a bola. Vi-lhe, porém, mil vezes, o rosto na televisão. Tinha olhos de desenho animado. Redondinhos. Duas bolinhas de meia. Levemente, tristes. Olhar de drible. Dissimulado de quem pressentia um golpe traiçoeiro da vida. Morreu dormindo. Só assim mesmo: desperto, teria driblado o destino.

Desde Garrincha, ninguém driblou neste mundo com a graça e a audácia de Dener. Oferecia a bola, sonso e doce manjar. O rival, de bote armado. Infausta missão. Dener saía, fogoso, fagueiro, a versejar com a bola, sua musa. Ela, só dele. Se não era poeta, Dener jogava um futebol poético. Seus dribles hão de pulsar sempre no meu peito que, agora, se consome de tristeza.

É mais uma alegria que se vai do futebol. Como tantas que se foram noutros pés, agora, relembrados, com infinda saudade. Pés poéticos, que reiventaram a árida geometria do futebol. Quando o via a driblar e fintar meio mundo, eu me perguntava, morto de inveja: de que servem meus pés, se Deus não me ensinou a driblar como Dener?

Consola-me imaginar que o anjo que levou Dener deste mundo é o mesmo que alçou os pés de Garrincha, no vôo derradeiro.

Consola-me saber que, enfim, Dener está liberto de chuteiras, de escudos, de críticas, de palmas, de bandeiras. Consola-me, Dener, saber que driblarás, agora, sem tensão, no silêncio do teu céu. Como Canhoteiro, jogarás de pés descalços. Como Garrincha, peito nu. Intangíveis feito a tarde musical dos campos em delírio.

Três anjos do futebol celestial.

Confesso que tu partes, Dener, sem me ter feito um grande favor. Sempre esperei de ti que, um dia, ainda haverias de driblar, de uma vez, os dois times de um mesmo jogo: o teu e o dos outros; e que haverias de entrar, magnífico, com bola e tudo, nos dois gols, ao mesmo tempo. Porque tua bola, anjo Dener, sempre rolou acima do bem e do mal. Nem derrota, nem vitória. Só devaneio. Tua bola nunca foi a bola dos homens, que é meio de vida. Tua bola sempre foi e será a bola dos meninos, que é fantasia, apenas.

Teus troféus, que eu saiba, foram todos esculpidos no tempo e no vento. Na pureza da grama que florescia de teus dribles. Flor de tantas relvas por teus pés pisadas.

E porque me lembras outro menino, na efêmera eternidade de um drible, despeço-me de ti, com a mesma prece com que me despedi de Garrincha:

Onde quer que estejas, cuida bem de ti, porque, um dia, hás de voltar à brisa dos campos como a lua que volta ao pátio dos poetas.



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