Um Portugal em evolução...

A Seleção Portuguesa enfrentou o Brasil nesta sexta-feira precisando apenas de um empate para classificar-se às oitavas de final do Mundial, sem depender de quaisquer resultados da Costa do Marfim. Em um jogo muito pegado e movimentado na primeira etapa, e muito monótono na segunda, os lusos ficaram no 0 a 0 contra a "canarinho" e avançaram à próxima fase, onde enfrentam a Espanha, na próxima terça-feira, às 15:30(Brasília), na Cidade do Cabo.

Carlos Queirós entrou com Ricardo Costa no lugar de Miguel, em comparação ao jogo passado, o que já fazia percebermos que a preocupação com as jogadas na ala direita portuguesa. Pepe, depois de ficar afastado por um longo tempo se recuperando de lesão voltou à equipe titular no lugar de Pedro Mendes e na frente, Simão e Hugo Almeida deram lugar à Danny e Duda. O técnico português, ao menos, mostrou uma ousadia que não vinha sendo usada nas outras partidas.

O Brasil começou melhor o jogo, buscando mais objetivamente o ataque, porém a defesa lusitana estava bem postada, não dando espaço aos brasileiros. Portugal então passou a explorar os contra-ataques, coisa que a grande maioria das seleções fazem em jogos contra os brasileiros. Porém, os "navegadores" encontravam dificuldades no meio de campo, sendo parados com muitas faltas, principalmente sobre Pepe, que desempenhava a função de volante.

Até mesmo o atacante brasileiro, Luis Fabiano, fazia faltas em Pepe, sendo que em uma delas, duríssima, tomou cartão amarelo. Portugal defendia-se muito bem e aproveitava com velocidade os contra-golpes, dando dificuldades ao meio de campo brasileiro que, na parte defensiva, contav apenas com Lúcio, um dos homens mais lúcidos e mais eficientes em campo. Tanto é verdade essa dificuldade na defesa que, em um lançamento ao campo de ataque português, Juan interceptou a bola com a mão. O lance, por ser o "último homem" de Portugal, era digno de expulsão, mas ficou apenas no amarelo.

Felipe Melo também começou a se estranhar com Pepe, fez três faltas duras seguidas no volante português, tomou um cartão amarelo, e safou-se do vermelho em um lance mais agudo. Como Pepe via que o árbitro não punia com rigor e que estava apenas "apanhando", decidiu revidar Felipe e acabou tomando seu amarelo. Dunga prontamente sacou o jogador e colocou Josué em sua vaga.


A segunda etapa foi morna do começo ao fim, com poucos lances de perigo e emoção. Ambas as equipes voltaram mais calmas, se arriscando pouco, mesmo porque o resultado era bom para ambas e porque os jogadores, ao menos os de Portugal, ficaram com medo de abusar na marcação ou na liberdade, e perder algum jogador por expulsão para o restante do campeonato. Portugal ainda foi melhor na segunda etapa, mais ofensivo e levou maiores perigos à meta de Julio Cesar, que chegou a fazer uma grande defesa, à exemplo do arqueiro português, Eduardo.

Enfim, o primeiro tempo foi marcado por duas equipes afoitas e nervosas, já o segundo por equipes mais calmas, primando pelo toque de bola e pelo resultado favorável à ambos. A FIFA elegeu Cristiano Ronaldo como o melhor atleta do jogo, porém essa votação é realizada na internet com pessoas comuns. Ronaldo não foi o melhor do jogo, mas jogando fora de sua posição, rendeu o que poderia. O melhor atleta brasileiro foi Lúcio, já pelos lados de Portugal, na minha opinião, foi Fábio Coentrão.

Podemos notar uma evolução na equipe portuguesa durante esses três jogos da primeira fase. Aos poucos Queirós parece estar "encorpando" este time, que agora sim tem um jogo duríssimo pela frente, a Espanha, na próxima terça-feira.

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